IDR-Paraná lança Nota Técnica alertando para cuidados com o solo e a água


O dia de hoje é lembrado como o Dia Mundial do Solo. A data foi instituída, em 2013, pela FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura) com o objetivo de divulgar a importância dos solos para a manutenção da vida em nosso planeta. Por ocasião da data comemorativa, o IDR-Paraná divulgou uma Nota Técnica a respeito do manejo conservacionista do solo agrícola no Paraná, com algumas recomendações técnicas para períodos de chuvas intensas e volumosas e alertando para as graves consequências da erosão.

Segundo a Nota, os meses de setembro e outubro deste ano, época em que o plantio das áreas agrícolas no estado se intensifica, foram marcados por chuvas volumosas em todo o estado. Nas regiões Sudoeste e Sul, por exemplo, no mês de outubro foi registrado um volume pluviométrico superior a 600 mm, muito acima das médias históricas para estas regiões, da ordem de 114% e 134%, respectivamente. Nas outras regiões também ocorreram chuvas expressivas, com índices acima de 100 mm/h, com alto potencial erosivo. De acordo com a equipe técnica do IDR-Paraná, as chuvas de alta intensidade estão sendo frequentes no estado, independentemente da ocorrência ou não dos eventos climáticos El Niño ou La Niña, o que exige maior atenção dos produtores.

Ocorrências

A Nota explica que neste ano as chuvas intensas estão relacionadas ao El Niño e estão impactando os sistemas de produção agropecuários, especialmente os solos agrícolas. Os pesquisadores e extensionistas do IDR-Paraná explicam que parte da água precipitada poderá infiltrar, ficando armazenada nas camadas do solo e/ou voltam à atmosfera por evapotranspiração. Uma outra parte dessa água pode escorrer superficialmente, arrastando partículas de solo, matéria orgânica, fertilizantes, pesticidas, sementes e outros insumos, causando processos erosivos e contaminando os cursos de água. De acordo com a equipe que redigiu a Nota, somente o manejo adequado do solo, com a adoção de práticas conservacionistas, pode estabelecer uma relação positiva entre água e solo.

A Nota destaca ainda que a utilização de solos de baixa aptidão agrícola, mais sujeitos aos processos erosivos, e o preparo do solo com práticas convencionais que desestruturam o solo e a falta de terraços agrícolas estão entre as principais falhas dos produtores.  Além disso, a ausência de cobertura (palha) na superfície das áreas de lavoura tem reduzido a infiltração da água no solo, aumentando consequentemente o escorrimento superficial por ocasião das chuvas.

Compactação

Outro problema verificado é a aplicação de carga excessiva (máquinas e animais) nas áreas agrícolas em períodos em que o solo está muito úmido, o que aumenta a sua compactação. Os pesquisadores e extensionistas também destacam a falta de práticas mecânicas (terraços agrícolas e semeadura em nível) que reduzem a energia das enxurradas superficiais. Outros fatores que têm contribuído para a perda de solo com as chuvas intensas são a ausência de cultivos com espécies que produzam grande quantidade de raízes e massa verde que aumentam a infiltração da água, bem como a falta de integração das práticas conservacionistas entre as áreas agrícolas e as estradas rurais. Isso, segundo estes profissionais, intensifica o mau manejo da água e aumenta a possibilidade de erosão.

Essas práticas inadequadas e as chuvas de alta intensidade têm agravado a ocorrência da erosão em áreas de lavouras e pastagens no Paraná. Como a água não infiltra no solo, a maior parte é direcionada aos recursos hídricos, causando enchentes em diversas localidades. A população urbana, além da rural, tem sido afetada seriamente pelos problemas nas estradas rurais e rodovias, com a destruição do pavimento, bueiros e pontes, o desmoronamento de encostas e alagamento de áreas urbanas, sem contar o assoreamento e perda de qualidade dos recursos hídricos.

Manejo

Em virtude deste panorama, os profissionais do IDR-Paraná reiteram a necessidade contínua da aplicação de práticas conservacionistas do solo para mitigar prejuízos nas lavouras e pastagens, principalmente quando se tem chuvas de alta intensidade. Eles reforçam a necessidade de manejar o solo em sistema de plantio direto e usar os terraços agrícolas bem dimensionados para conter o escoamento superficial, reduzir a velocidade da água e aumentar sua infiltração no solo. Recomendam também que os produtores mantenham a cobertura permanente do solo, façam o plantio em nível e adotem a rotação de culturas que aumenta a diversidade de plantas e a infiltração de água. É preciso também que o produtor controle o tráfego de máquinas e animais para reduzir a compactação do solo nas áreas agrícolas. Eles lembram que a conservação das estradas e áreas agrícolas deve ser feita de forma planejada e integrada para evitar que as águas das lavouras prejudiquem as estradas e vice-versa.

Desde 1984 o Paraná possui uma lei específica para a preservação do solo agrícola. A Lei Estadual 8.014/1984 valoriza a importância do solo para a produção agrícola, a necessidade de sua preservação e do uso das práticas conservacionistas, prevendo penalidades no caso da ocorrência de degradação do solo agrícola pelos seus usuários.  A lei foi criada para proteger os agricultores e a sociedade geral dos prejuízos causados pela degradação dos solos e da água, um recurso de todos e que é responsabilidade de toda a sociedade.

Acesse a Nota Técnica AQUI.

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