Comitê de Pecuária promove palestra para produtores na Sociedade Rural


Especialista reconhecido no Brasil e exterior foi convidado a falar sobre o tema: “Como ganhar dinheiro na Pecuária”

 

O Comitê de Pecuária Moderna, ligado à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Estado, promoveu hoje (28/10) à tarde palestra com o consultor e coordenador do Instituto Inttegra Métricas Agropecuárias, Antônio Chaker El-Memari Neto. Ele discorreu sobre o tema: “Como o ganhar dinheiro na pecuária” para produtores da região de Maringá, em encontro no  Restaurante Central do Parque de Exposições.

Segundo o consultor, que é responsável por uma empresa que atende mais de 450 fazendas no Brasil, Paraguai, Bolívia e Colômbia, grande parte das propriedades que desenvolvem a pecuária têm prejuízo com a atividade. No biênio 2018-2019, 37% das fazendas avaliadas pelo Instituto tiveram prejuízo, numa média de R$ 33,36 por hectare.

El-Memari, que é zootecnista e mestre em Produção Animal pela UEM,  disse ainda que só 15% das propriedades ganham dinheiro com a pecuária no período da entressafra (no Paraná, entre junho e setembro) e salientou que a forma de superar o problema é fazendo uma boa gestão e planejamento estratégico.

Para o especialista, aumento de produtividade não quer dizer aumento de rentabilidade. Ele disse que no Brasil existem questões que atrapalham a pecuária, como a falta de protocolos para seguir dentro dos ciclos de produção, a exemplo do que acontece com a agricultura.

Há também outro problema grave, “que é ter mais gado no pasto do que cabe”, apontou, ao lembrar que não existe produção mais barata do que a  pasto, mas é necessário a mudança de cultura, já que a sobrecarga da pastagem compromete o desenvolvimento do gado.

Utilizando-se dessas informações, o consultor foi enfático ao afirmar que o pecuarista deve ter foco na margem de lucro e metas claras a seguir.  Quatro pontos, pelo menos, devem ser pensados diariamente: valor de venda da arroba, lotação de pasto, ganho médio diário e desembolso por cabeça.

Conforme expôs, o produtor não deve gastar mais do que R$ 10 para cada 100 gramas de peso diário ganho pelo animal.  “Quem faz apenas cria, pode gastar até 65% do que fatura com a criação; na cria completa, até 75% e na engorda no máximo 60% do que fatura”, ensinou.

Reforçando os aspectos da rentabilidade, El-Memari concluiu dizendo que quem ganha dinheiro é o fazendeiro e não a fazenda, aqueles que têm foco na margem e os que entendem que produzir muito não garante resultado, mas é necessário produzir mais para ganhar. “O resultado positivo é a consciência dessas variáveis.”

O evento foi uma realização do Comitê de Pecuária Moderna, em parceria com a Sociedade Rural de Maringá, Núcleo da Seab-Maringá, Emater, Sindicato Rural, Faep-Senar  e apoio da DSM-Tortuga, Cocari e Midiograf.

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