Com alta nos preços de defensivos e fertilizantes, rentabilidade do produtor do estado ficou inferior à da safra anterior.

Técnicos da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq) concluíram nesta quinta-feira, 19 de julho, os painéis do Projeto Campo Futuro no Paraná para levantar dados de custos de produção de soja, milho, feijão e trigo.

Produtores, representantes de sindicatos rurais, cooperativas e técnicos de assistência e extensão rural participaram do levantamento das informações desde segunda, 16, nos municípios de Castro, Guarapuava, Cascavel e Londrina.

De acordo com o assessor técnico da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da CNA, Alan Malinski, foi constatado nas quatro regiões que a irregularidade climática prejudicou o desenvolvimento da safra verão e da segunda safra. Os maiores problemas ocorreram com a cultura do feijão, por causa da seca e da queda de produtividade e os grãos foram comercializados por preços baixos.

Já as lavouras de soja foram afetadas pelo veranico ocorrido em meados de novembro, janeiro e fevereiro e por excesso de chuvas em meados de dezembro. Esses problemas climáticos reduziram o potencial produtivo da oleaginosa e favoreceram a infestação de pragas e doenças. Nas regiões mais ao oeste, houve maior pressão de doenças e os produtores tiveram que realizar aplicações extras de fungicidas.

“Dados preliminares indicam uma queda de produtividade de até 15% em algumas regiões. Entretanto, os preços de comercialização ficaram superiores aos da safra passada e isso contribuiu para que a receita do produtor com a soja ficasse próxima à safra passada”, afirma Alan Malinski.

O feijão na região de Castro e Guarapuava teve queda de preço e produtividade, devido a problemas climáticos durante o desenvolvimento da safra. Dessa forma, a receita com a produção de feijão teve uma queda considerável na comparação com a safra passada.

Para o milho safrinha, a estiagem ocorrida em meados de abril e maio diminuiu o potencial produtivo das lavouras do Oeste e Norte do estado. No entanto, a valorização do cereal contribuiu para melhorar a receita do produtor rural.

Os custos de produção tiveram aumentos em relação à safra passada. Houve alta nos preços de defensivos e fertilizantes em praticamente todas as regiões. A mão de obra foi outro item que teve aumento da planilha do produtor. Assim, relata Malinski, é possível afirmar que a rentabilidade do produtor do estado ficou inferior à da safra anterior.

Para a próxima safra, os fertilizantes estão sendo negociados com aumento de até R$ 300 por toneladas e as entregas já estão atrasadas principalmente na região oeste do estado. Isso tem preocupado os produtores, pois nessa região o plantio começa na segunda quinzena de setembro.

A colheita do milho safrinha está em andamento e dever aumentar o ritmo nos próximos dias. Como as lavouras estão muito irregulares, não se descarta que sejam realizados novos ajustes na produtividade do cereal.

Fonte: CNA
Foto: Jonas Oliveira

Fonte: DBO

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