Exportações do agronegócio brasileiro crescem 8%


Apesar dos embarques em níveis firmes, faturamento permaneceu estável

O volume das exportações do agronegócio brasileiro cresceram 8% frente ao mesmo período de 2018. Os dados foram divulgados pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), e analisam os meses de vendas entre janeiro a abril deste ano.

Embora os embarques se mantenham em níveis firmes em 2019, o faturamento permaneceu estável – com o dólar se limitando a crescer apenas 0,3% no mesmo período. De acordo com o Cepea, foi a queda dos preços médios em dólar que não permitiu ao setor obter um faturamento maior no primeiro quadrimestre deste ano.

O Centro de Estudos diz ainda que a valorização da moeda nacional reduziu a atratividade das vendas agrícolas brasileiras. Desta forma, foi o volume exportado que manteve o faturamento em dólar do setor no início de 2019 em patamar positivo.

Principais produtos exportados

O algodão em pluma foi o produto que registrou o aumento mais significativo nos embarques (+75%), quando comparado o primeiro quadrimestre deste ano frente ao mesmo período do ano passado. As vendas externas de milho e café também apresentaram crescimentos expressivos, de 42% e 32%, respectivamente.

Conforme o Cepea, pesquisas indicam que o ano tem se apresentado promissor para algodão, milho e carnes. “Há expectativa de que as carnes continuem apresentado aumentos nas vendas externas, principalmente para os países asiáticos. No caso do algodão, exportadores brasileiros conquistaram a segunda posição no ranking de vendas internacionais do produto”, relata.

Destinos

A China continua sendo a principal parceira comercial do agronegócio brasileiro. O país, no entanto, tem uma pauta muito concentrada nos produtos do complexo da soja – sobretudo a soja em grão. O boletim ainda informa que a Europa é o segundo maior destino dos produtos agrícolas, seguido pelos americanos em terceiro. “Países que compõem o grupo “outros” também têm participação significativa de 30% nas exportações brasileiras totais, com destaque para os asiáticos”.

A projeção do Cepea diz que o ano de 2019 deve ser mais um ano de boa colheita de grãos, o que deve manter elevada a disponibilidade dos produtos, tanto para consumo doméstico quanto para exportação. “O exportador deve se manter atento à disputa comercial entre China e Estados Unidos, tendo em vista que esse contexto favorece o Brasil, que pode manter fatia maior nas exportações de produtos agrícolas à China, inclusive para o mercado de carnes. Por outro lado, os preços no mercado internacional têm se reduzido”, informa.

O relatório também destaca que o Real tem se desvalorizado com mais força nos últimos meses, o que ajuda a manter a atratividade dos produtos brasileiros no mercado externo – favorecendo o crescimento do volume exportado. “Caso a moeda nacional se mantenha mais desvalorizada, o faturamento em Real do setor pode continuar crescendo em 2019”, encerra.

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