Em 2018, a União Europeia (UE) foi o terceiro maior comprador da carne bovina do Brasil, atrás somente de China e Hong Kong, com importações ao redor de US$ 730 milhões.
Por isso, a indústria brasileira de carne vermelha deve estar acompanhando de perto o desenrolar das negociações para a saída do Reino Unido do bloco europeu, operação conhecida como “brexit”.
Uma análise divulgada recentemente pelo banco holandês Rabobank mostra que a retirada do país britânico pode impactar o mercado mundial de carne bovina – só não se sabe exatamente de que maneira.
O Reino Unido, diz o estudo, é o maior importador de carne bovina dos 27 países da UE. Porém, o país britânico também exporta 62% da carne de bovina congelada e fresca para os países do mesmo bloco – principalmente para Irlanda e Países Baixos.
Segundo o Rabobank, ao longo de 2019, o mercado do Reino Unido continuará altamente dependente de fornecedores de carne bovina da própria União Europeia, pois as redes varejistas locais e as empresas ligadas ao setor de foodservice trabalham com padrões diferenciados em sua cadeia de suprimentos, o que limita o pool de fornecedores potenciais.
Também não está claro ainda como ficaria a distribuição das quotas existentes após a retirada do Reino Unido. Atualmente, a UE desfruta de tarifas mais baixas para exportações de carne bovina ao Japão (medida válida para os próximos 15 anos).
Mas é a Turquia que compra o maior volume de carne bovina produzida pelo bloco atualmente.
Em relação às importações, além do Brasil, os vizinhos Argentina e Uruguai são grandes fornecedores da carne vermelha aos países da União Europeia.Brexit pode trazer mudanças ao comércio de carne bovina.