Agroconsult prevê safra de soja de 117,6 milhões de toneladas .


PR e MS foram castigados pelas altas temperaturas e chuvas irregulares, derrubando a possibilidade de safra recorde;

Após uma safra surpreendente, marcada por produtividades acima das expectativas, exportação recorde e rentabilidades positivas, o Rally da Safra 2019 vai a campo em um cenário de preocupação dos sojicultores. Três importantes regiões produtoras – Oeste e Norte do Paraná e o Sul do Mato Grosso do Sul – foram afetadas pelas altas temperaturas e chuvas irregulares que vêm ocorrendo desde meados de dezembro, acentuando as perdas nas lavouras. Outros Estados também registram problemas pontuais, em função da estiagem e das altas temperaturas.

“Não temos mais a possibilidade de safra recorde, como esperávamos no início de dezembro, mesmo com crescimento de 3,1% na área plantada, chegando a 36,2 milhões de hectares”, afirma André Pessôa, coordenador geral do Rally e sócio diretor da Agroconsult, organizadora da expedição. No momento mais otimista da safra, em novembro do ano passado, a projeção da Agroconsult para a safra 2018/2019 apontava para 122,8 milhões de toneladas. Agora, a estimativa pré-Rally indica uma safra de 117,6 milhões de toneladas de soja.

“Essa nova estimativa considera a possibilidade de regularização das chuvas. No entanto, se prosseguir o quadro atual, a perspectiva é de piora. Este é o momento oportuno para o Rally verificar a situação das lavouras, diante de um cenário tão heterogêneo. As características climáticas deste período trazem incertezas sobre o peso de grãos, que será avaliado pelas equipes do Rally para confirmar o efeito do clima sobre a produção”, explica Pessôa. Nesta segunda-feira, 14 de janeiro, o Rally começará a percorrer as principais regiões produtoras do país, coletando dados para formar um panorama mais preciso das projeções para esta safra.

Praticamente em todo o Paraná, a situação das lavouras se deteriorou em dezembro e no início de janeiro, especialmente nas regiões Oeste, Sudoeste e Norte do Estado. Essas regiões passaram por um período de 20 a 30 dias secos do final de novembro até pouco antes do Natal. Voltou a chover em meados de dezembro, mas em volume insuficiente para recuperar parte das perdas e com distribuição irregular. Em relação à safra passada, a queda na produtividade é estimada em 11,1%, chegando a 52 sacas por hectare na safra 2018/19.

“Quem plantou muito cedo foi mais prejudicado. Há muitos relatos de produtores que trabalharão no prejuízo. Ao mesmo tempo, áreas vizinhas receberam chuvas e não foram tão castigadas”, destaca o coordenador do Rally.

Já no Sul do Mato Grosso do Sul, a estimativa de produtividade também foi reduzida em 11,5% – saindo de 59,9 sacas por hectare em 2017/2018 para 53 na safra 2018/2019 – devido ao clima seco entre o fim de novembro e meados de dezembro e também à chuva irregular desde então. As lavouras precoces, assim como ocorreu no Paraná, foram as mais atingidas.

No Mato Grosso, a colheita está em andamento, concentrada nas áreas em que será cultivado algodão safrinha. Os primeiros resultados mostram redução na produtividade média na soja mais precoce, porém as lavouras de ciclo médio apresentam bom potencial, o que ajudará a manter o patamar de produtividade do ano anterior.

Apesar dos problemas de irregularidades de estande e a necessidade de replantio em áreas na região do Planalto e Serra, no Rio Grande do Sul a expectativa de produtividade para a safra 2018/19 ainda supera a anterior, em função da recuperação do potencial produtivo da metade Sul do Estado, podendo alcançar 53 sacas por hectare.

Em melhor situação encontram-se os Estados da Bahia e Minas Gerais. A implantação das lavouras ocorreu em condições excelentes e não faltou chuva desde então. No entanto, existe o temor – principalmente na Bahia – de que ocorra um veranico entre o fim de janeiro e o início de fevereiro. Se o clima colaborar, porém, a produtividade pode repetir os excelentes resultados da safra passada.

Fonte: Agroconsult

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