Agrocampo 2018 Especialista esclarece mitos sobre a ILPF


Os mitos e as crenças que envolvem o sistema de Integração Lavoura-Pecuária -floresta (ILPF), adotado nos últimos anos como um dos recursos mais modernos para melhoria da produtividade e renda no campo, foi tema de palestra nessa quinta-feira de manhã, na 10ª Agrocampo, promovida pela Sociedade Rural de Maringá.

O assunto foi abordado pelo pesquisador do Iapar Elir de Oliveira, doutor em zootecnia com ênfase em forragicultura e integrante do Comitê Gestor Central do Programa Pecuária Moderna, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado.

O pesquisador começou lembrando que hoje existe praticamente uma monocultura da soja no estado e afirmou que a agricultura fica vulnerável diante desse quadro. “A falta de diversidade e rotação de culturas vem começando a ameaçar a sustentabilidade agronômica e econômica do Paraná”, afirmou.

De acordo com Eli, a pecuária integrada com a soja é a alternativa mais viável para a diversificação e aumento de renda. “Pesquisas do Iapar mostram que a ILPF bem estabelecida é capaz de aumentar em até 15% o rendimento de grãos em áreas pastejadas quando comparadas com as não pastejadas”, esclareceu

A ILPF tem ainda outras alternativas tecnológicas no Paraná, dependendo das condições climáticas e de solo. Em regiões menos hídricas, por exemplo, a aveia azevem pode ser consorciada com ervilhaça e nas regiões com maior déficit hídrico existe a opção do milho safrinha ou milheto de ciclo longo após a soja, consorciados com braquiária ou capim aruana, que vão servir de pastejo para o gado após a colheita das culturas.

De qualquer forma, “é sempre importante a rotação de culturas e de sistemas radiculares, fazendo-se opção por forrageiras de boa qualidade, caso do capim aruana, por exemplo”, salienta o pesquisador do Iapar.

Eli disse que o Paraná tem hoje 5 milhões de hectares de terras em repouso durante o inverno e que “isso é uma grande perda para o Estado”.

O principal mito que afeta a implantação da ILPF é o medo da compactação do solo devido às pisadas dos animais. Segundo observou Eli, isso não ocorre. “É exatamente o contrário. A urina e a defecção dos animais promovem uma adubação e melhoram sobremaneira as condições biológicas e químicas do solo. Pesquisas nesse sentido já estão consolidadas, mostrando que a área utilizada pelos animais é capaz de oferecer um rendimento bem maior para a soja. No entanto, é preciso lembrar que a palhada precisa ser mantida para não levar os nutrientes embora”, concluiu.

A palestra sobre Mitos da ILPF foi promovida Pela Sociedade Rural em parceria com o Sindicato Rural de Maringá e Sistema Faep-Senar. Também estiveram presentes o coordenador de Pecuária de Corte da Emater, Luís Fernando Brondoni, falando sobre comercialização e agregação de valores na pecuária e Guilherme Mossa de Souza Dias, secretário executivo do Comitê de Pecuária Moderna.

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