Melhorar a atividade da pecuária de corte no Estado do Paraná é uma necessidade para que ela se torne mais rentável. Essa é a observação feita por especialistas que estiveram nesta quinta-feira à tarde, na Sociedade Rural de Maringá, fazendo palestra na 10ª Agrocampo.
Conforme o veterinário Juliano Beleze, doutor em Nutrição de Ruminantes, a pecuária paranaense ficou parada no tempo e a palavra de ordem hoje é “eficiência”. Ele disse que é preciso profissionalismo para extrair resultados da atividade e afirmou que o pecuarista necessita conhecer melhor qual é a sua vocação.
“Ele precisa definir se deseja trabalhar com cria, recria ou recria e engorda e a partir de então traçar seus objetivos, analisar números. A pecuária é um negócio. O tempo, por exemplo, é caro na pecuária. O produtor precisa avaliar qual o tempo de desenvolvimento do seu gado para obter retorno. Tudo isso faz parte de um plano de gestão. Só assim a atividade pode ser rentável”, afirmou o especialista.
Ao falar dos benefícios da suplementação alimentar para vacas e novilhas, Beleze observou que parte do lucro da atividade começa pela nutrição. “Uma vaca bem alimentada tem condições de parir bons bezerros. Além disso, a precocidade na prenhez é um recurso fundamental dentro do planejamento da atividade e existe tecnologia para isso hoje em dia”, completou.
Beleze lembrou que a produção de carne no Paraná não é suficiente para abastecer o mercado interno e afirmou que há bom mercado para o segmento. Segundo ele, há um déficit de 500 mil bezerros no Estado. Além disso, há alianças de carne apostando na qualidade. “Hoje já existem mais de dez alianças mercadológicas pagando mais por um animal mais precoce, com qualidade, e o consumo dessa carne tem aumentado. Uma recria mais curta vai aumentar a rentabilidade de arroba por hectare. É nisso que o pecuarista tem de apostar e muitos já estão começando a mudar essa realidade”, conclui.
Éder Pieroli, médico veterinário e supervisor comercial da DSM/Tortuga (suplementação animal) falou na sequência e reforçou a necessidade da avaliação de resultados dentro da atividade pecuária. “A pecuária em geral é uma atividade de pouca avaliação, muito empírica. A ideia desse tipo de encontro com produtores é estimular a mensuração de resultados para que eles possam melhorar.”
De acordo com Pierolli, “a pecuária movimenta mais dinheiro que o setor automobilístico e não é justo que não dê resultado econômico”. Ele citou o uso da tecnologia para uma pecuária mais produtiva, destacando a suplementação alimentar, manejo de pastagem, melhoramento genético e a gestão da atividade, como os principais recursos.
O encontro foi promovido pela Sociedade Rural de Maringá em parceria com a Emater, por meio do Programa Pecuária Moderna, e a DSM/Tortuga.
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