O governador Carlos Massa Ratinho Junior anunciou nesta quarta-feira (11) o Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas do Agro – Fiagro FIDC, que será gerido pela Fomento Paraná. O aporte inicial do Governo do Estado no fundo deve chegar a R$ 350 milhões.
O governador Carlos Massa Ratinho Junior anunciou nesta quarta-feira (11) em Brasília, na reunião de encerramento da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), que o Paraná terá uma espécie de Plano Safra estadual chamado Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas do Agro – Fiagro FIDC. A Fomento Paraná será cotista e o braço do Estado na definição das políticas de aplicação de recursos do fundo. É o primeiro desse modelo em todo o Brasil.
Com base na Lei Federal nº 14.130/2021, já foram aportados na Fomento Paraná R$ 150 milhões para constituição do Fundo, sendo que ao todo serão direcionados para essa nova iniciativa R$ 350 milhões do Governo do Estado, que será o principal investidor neste momento.
O principal objetivo é oferecer uma alternativa às condições de financiamento do Plano Safra e de outros recursos destinados ao crédito rural, que têm se mostrado insuficientes para atender a toda a demanda nacional e no próprio Estado, de modo a promover investimentos estratégicos para impulsionar ainda mais o agronegócio no Paraná, com sustentabilidade.
O Fiagro deve contribuir na promoção do crescimento econômico, com a segurança alimentar, com a preservação do meio ambiente e com o fortalecimento das comunidades rurais, podendo ser usados para sistemas de irrigação, expansão da produção, armazenagem, equipamentos e outras linhas. Também poderá ser usado pela indústria que atende o setor, como tratores e outros maquinários agrícolas.
O governador reforçou que o Paraná tem como vocação ser o supermercado do mundo, como segundo maior produtor de soja, maior produtor de proteína animal, maior produtor de orgânicos e líder nacional em cooperativismo. O Estado exporta alimentos para mais de 170 países.
“E o agronegócio do Paraná tem uma grande qualidade: a industrialização. Esse é um caminho que o Brasil deve seguir. E agora com o Fiagro, que terá juros menores que o Plano Safra, vamos dar mais um grande salto”, afirmou Ratinho Junior.
Ele também anunciou que a Suno Asset será a gestora responsável pela estruturação do novo Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas do Agro – Fiagro FIDC. A escolha se deu a partir de um edital de chamada pública aberto pela Fomento Paraná em julho.
Pertencente ao Grupo Suno, a Gestora possui mais de R$ 1,5 bilhão sob sua gestão, sendo mais de R$ 500 milhões investidos no agronegócio, e ainda mantém operações que financiam centenas de produtores, além de participação de cooperativas paranaenses que integram fundos do agro geridos pela entidade. O fundo deve entrar em operação ao longo de 2025.
De acordo com o diretor-presidente da Fomento Paraná, Vinícius Rocha, o Governo do Estado fez um aporte de recursos importante para aplicação exclusiva na criação do Fiagro. “O fundo é parte de um conjunto de iniciativas para aumentar ainda mais a produtividade do agronegócio paranaense, que hoje representa mais de um terço do PIB estadual, mas que cada vez mais exige investimentos em ciência, tecnologia e na infraestrutura”, detalhou.
A partir da seleção da gestora serão iniciados trâmites junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e nos próximos meses, em conjunto com a Fomento Paraná, serão elaborados o Regulamento, a Política de Investimentos, bem como definidas as diretrizes e as estratégias do Fundo.
Os Fiagros são fundos que canalizam recursos do mercado financeiro para o setor agrícola, permitindo que investidores participem diretamente do crescimento das cadeias produtivas do agronegócio, um dos pilares da economia do Paraná e do Brasil. O Fiagro FIDC une as características dos Fiagros tradicionais com as dos Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC), criando uma solução específica para o agronegócio.
No Paraná, ele é resultado do Sistema Paranaense de Fomento, de uma articulação de Heraldo Neves, então diretor-presidente da Fomento Paraná, Wilson Bley, ex-presidente do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Norberto Ortigara, ex-secretário da Agricultura e do Abastecimento, e Eduardo Bekin, diretor-presidente da Invest Paraná