Paraná é o terceiro produtor nacional, com destaque para a variedade precoce Eva, desenvolvida pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná). A previsão é colher 32 mil toneladas em 2021.


Os produtores paranaenses de maçã estão na expectativa de uma boa comercialização, com rentabilidade satisfatória, pelo segundo ano consecutivo. A expectativa é vender a caixa de 18 quilos da fruta entre R$ 50,00 e R$ 55,00 cada uma, quando houver mais oferta. Hoje, por exemplo, com menos oferta, a caixa de maçã é comercializada em torno de R$ 70,00 – a fruta já embalada e classificada. Considerando os custos, calculados entre R$ 30,00 e R$ 35,00 a caixa, o preço está atrativo.

Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, o Paraná é o terceiro produtor nacional de maçã, com destaque para o cultivo da variedade precoce Eva, desenvolvida pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná –Iapar-Emater (IDR-Paraná). Essa variedade é mais cultivada na Região Metropolitana de Curitiba – na capital e na Lapa, Porto Amazonas e Campo do Tenente. Também são destaques as variedades Gala e Fuji, mais cultivadas nas regiões de Palmas e Guarapuava, grandes produtoras.

Neste ano de 2021, a safra de maçã no Paraná deve superar 32 mil toneladas, o que representa uma oferta ajustada ao consumo, por isso o preço melhor para o produtor. Desse total, 14 mil toneladas são da variedade Eva e 5 mil toneladas da variedade Gala. Na RMC, os produtores ficaram satisfeitos com a produção deste ano e com a média de preços alcançada. A exceção é para a Lapa, que sofreu com a geada em 22 de agosto. Os produtores perderam metade da safra e não conseguiram realizar a venda que esperavam, informou o produtor Odair Pangracio.

Outras 13 mil toneladas serão colhidas nas regiões de Palmas e Guarapuava, praticamente repetindo o volume do ano passado. Nessas duas regiões, o cultivo de maçã se dá em torno de 420 mil hectares, ocupados por 15 produtores.

Segundo Ivanir Leopoldo Dalanhol, que é diretor técnico e de qualidade da Associação Brasileira dos Produtores de Maçã, produtor e também assessor técnico de empresa de assistência técnica no Paraná, a colheita de maçã na região Sul do Estado já começou. Devem ser colhidas 7.500 toneladas da variedade Gala e 5.100 toneladas da variedade Fuji, até abril.

COMERCIALIZAÇÃO – Segundo o produtor, a comercialização foi favorável aos produtores para as variedades precoces. “Viemos de um mercado com baixa oferta de frutas também a nível nacional e isso elevou o preço da maçã no mercado”, afirmou. Ele explicou que, no ano passado, foram colhidas 980 mil toneladas maçãs no País, quantidade abaixo do consumo. Com isso, no final do ano o preço se elevou para o produtor.

2021 – Neste início de ano, os preços continuam bons, embora a tendência seja baixar um pouco com a entrada de safra de outras regiões produtoras. “Mas a expectativa é que o preço continue bem atrativo”, disse Dalanhol.

COMÉRCIO EXTERIOR – Ele informa que, para este ano, a previsão é colher 1,15 milhão de toneladas no País. Além disso, estima-se que a importação deve ficar em torno de 80 mil toneladas, enquanto a exportação pode alcançar 100 mil toneladas, quantidade maior em razão do dólar alto, que é mais atrativo, complementou. Dalanhol explica que a exportação de maçã brasileira é feita por grandes empresas e isso diminui a oferta da fruta nacional no primeiro semestre.

Já a importação normalmente ocorre no segundo semestre. Mas, segundo o produtor, não há expectativa de queda no preço em razão desse movimento, porque o dólar está num patamar alto e mantém o preço da fruta elevado por aqui também. Além disso, o preço da maçã na Europa está elevado, o que anima os produtores a alcançarem um patamar médio bom, como foi no ano passado.

PRODUTIVIDADE – Apesar do preço bom ao produtor, não há previsão de aumento de área plantada com maçã no curto espaço de tempo. Isso porque o consenso entre os produtores é  aumentar a produtividade primeiro, antes de pensar em novos plantios.

Atualmente, o produtor paranaense colhe entre 30 a 35 toneladas de fruta por hectare, o que dá espaço para elevar esse rendimento, visto que os custos permanecem os mesmos. Segundo o produtor, há potencial para elevar esse rendimento até 60 toneladas de maçã por hectare. “Podemos ganhar mais no aumento da produtividade do que no aumento de área”, disse Dalanhol.

TECNOLOGIA – Para conseguir faturar mais e elevar as sobras de caixa é necessário ganhar em produtividade. Para isso, os produtores já estão trabalhando em novas tecnologias como a questão nutricional das plantas. E também não descuidar da poda, que é uma prática essencial do cultivo de maçã.

Outras tecnologias são a aplicação de novos produtos para quebra de dormência da planta e pomares mais adensados, com pés de planta mais altos e copas mais cheias. Na questão nutricional, a preocupação dos produtores é equilibrar a planta com aplicação de adubo e correções de solo, que são tecnologias que disponibilizam mais elementos para as plantas.

ARMAZENAGEM – No Paraná, os produtores podem contar com a rede de frio do Instituto de Desenvolvimento do Paraná (IDR-Paraná) que mantém um armazém com capacidade para 7,5 mil  toneladas em Guarapuava, onde também são feitas as classificações e embalagens das frutas. Já a iniciativa privada coloca à disposição dos produtores mais câmaras frias, que totalizam um adicional de 3 mil toneladas.

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