Painel fortalece a importância do cooperativismo brasileiro no comércio global


Rigoroso sistema de qualidade das cooperativas brasileiras foi destaque das apresentações

Com a presença de representantes de algumas das principais cooperativas do Brasil, a mesa-redonda “Cooperativas brasileiras que vendem para o mundo” abordou as discussões sobre o papel das cooperativas brasileiras no mercado internacional. A moderação foi realizada pela gerente geral da Organização das Cooperativas Brasileiras (Sistema OCB), Fabíola Motta.

O presidente Executivo da Cooperativa COMIGO, Dourivan Cruvinel de Souza, destacou a importância das cooperativas no fortalecimento dos pequenos e médios produtores. Fundada em 1975, a COMIGO surgiu como uma solução para as dificuldades enfrentadas pelos agricultores da região, especialmente em termos de infraestrutura e acesso à tecnologia. Desde a primeira esmagadora de soja, inaugurada em 1983, a cooperativa se expandiu significativamente, conectando seus 11.500 cooperados a mercados globais e consolidando sua atuação na exportação de grãos e óleo de soja.

“A COMIGO investiu fortemente em capacitação e assistência técnica, preparando seus cooperados para atender às rigorosas exigências dos mercados internacionais. Com 40% de sua produção voltada para exportação, a cooperativa mantém parcerias estratégicas e oferece treinamentos contínuos aos seus associados, garantindo que estejam sempre atualizados sobre as melhores práticas e inovações tecnológicas”, ressaltou o presidente da cooperativa. Segundo ele, a confiança mútua entre cooperados e diretoria é um dos pilares desse sucesso, permitindo que a COMIGO se posicione de maneira competitiva no mercado externo.

A cooperativa também organiza anualmente a TecnoShow, uma das maiores feiras agropecuárias do Brasil, que se tornou um importante centro de inovação e negócios para o setor. “Este ano tivemos 660 expositores e um faturamento de R$ 9 bilhões. A feira reflete o compromisso da cooperativa com o desenvolvimento sustentável e a melhoria contínua da produção agrícola”, frisou Dourivan.

Na sequência, a gerente de Pessoas e Gestão da Veiling Holambra, Adriana Delafina destacou o uso de uma metodologia estratégica que observa 78 tendências futuras. Para ela, a missão da cooperativa é fortalecer o negócio de flores e plantas com inovação e tradição, sempre atenta às tendências tecnológicas, climáticas e sociais.

Por sua vez, a gerente de SAC e Qualidade Comercial da Aurora Coop, Elizabeth de Moura Vaz, enfatizou a importância da internacionalização para diversificar os mercados da cooperativa. Atualmente, 37% da produção da Aurora é exportada, principalmente commodities. No entanto, o foco está em agregar valor aos produtos e ampliar a presença global.

O presidente da Lar Coop, Irineo da Costa Rodrigues mencionou os desafios de expandir internacionalmente no setor de carnes e grãos. A cooperativa exporta para mais de 90 países e se mantém atenta às exigências de habilitação e certificações necessárias para acessar novos mercados. Para ele, a participação em grandes feiras internacionais é fundamental para a expansão.

Durante o bate-papo, o dirigente da Coopexvale (Cooperativa de Produtores e Exportadores do Vale do São Francisco), Jailson Lira compartilhou a trajetória da cooperativa, que hoje conta com 32 cooperados e uma área de 600 hectares de uva de mesa. Ele destacou que a produção de uvas é direcionada a diferentes mercados, como Estados Unidos, Canadá e Europa, e que o clima do Brasil favorece a produção. A cooperativa implementou rigorosos controles de qualidade e classificação de suas uvas, resultando em frutas premium, como a uva “Gota de Mel”, que alcança preços até 35% superiores aos do mercado. Além disso, a união dos produtores tem sido essencial para fortalecer as operações, permitindo acesso a crédito e materiais de embalagem de mercados internacionais.

Anterior Com a participação de especialistas e lançamento de livro, Beckhauser foca em sustentabilidade e bem-estar animal durante CNMA
Essa é a notícia mais recente