Embrapa comprova importância da ILPF na neutralização de gases de efeito estufa


Pesquisadores comprovaram que integrando lavoura-pecuária-floresta em apenas 15% da propriedade é possível neutralizar as emissões de GEEs de toda uma fazenda

Um experimento conduzido pela Embrapa Cerrados, no Distrito Federal, mostra que o sistema de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) implantado em apenas 15% da área de produção das fazendas já é o suficiente para compensar todas as emissões de gases de efeito estufa (GEEs) gerados pelos animais e pela pastagem. Segundo os pesquisadores, o resultado comprova que a produção de animais, árvores e lavouras/pastagem em um mesmo local tem um elevado potencial de gerar saldos positivos de carbono nas fazendas.

Para o estudo, foi utilizado duas áreas experimentais, com medições de balanço de carbono. Os resultados mostraram que o componente arbóreo é fundamental para aumentar o estoque de carbono na propriedade.

De acordo com o experimento, uma população de 417 árvores de eucalipto por hectare distribuídas na forma de renques (linhas) em apenas 15% da área da propriedade com sistema de ILPF, tem potencial para neutralizar as emissões de metano (CH4), produzido por fermentação entérica dos bovinos, e de óxido nitroso (N2O), proveniente do solo e das excretas (urina e

“Para que haja a compensação das emissões de gases de efeito estufa, uma propriedade com mil hectares de pastagem, por exemplo, deve destinar 150 ha ao sistema ILPF com 417 árvores/ha e taxa de lotação de 1,7 cabeça/ha”, diz Kleberson de Souza, pesquisador da Embrapa.

A recompensa ambiental também é possível sem o plantio de árvores, mas neste caso o produtor teria de destinar 850 hectares da área de integração lavoura-pecuária para conseguir a neutralização das emissões e considerando uma taxa de lotação de até três cabeças por hectare.

O pesquisador observou também que a quantidade de árvores pode ser menor, desde que o sistema ILPF seja adotado na área total de produção. Nesse caso, é possível manter aproximadamente 70 árvores por hectare, com taxa de lotação de 1,7 cabeça/ha, isto é, 0,7 unidade animal (UA). A taxa de lotação diz respeito ao número de unidades animais (UA) que pode ser colocado por hectare e cada UA corresponde a 450 kg de peso vivo.

Saiba Mais

Conforme a Embrapa, os estudos foram realizados em experimento com ILPF implantado em 2009 na Unidade da Embrapa localizada em Planaltina (DF). Na área, foram feitas as medições de emissão de gases do solo, emissão de metano (CH4) por fermentação entérica dos animais e estoque de carbono do solo e da biomassa vegetal.

As excretas dos animais emitem óxido nitroso (N2O) após serem depositadas no solo e, por isso, contribuem para aumentar as emissões de gases de efeito estufa na atividade pecuária.

Embora tenha menor concentração na atmosfera, o óxido nitroso apresenta potencial de impacto 310 vezes maior quando comparado ao dióxido de carbono (CO2), além do tempo de permanência na atmosfera, de 150 anos.

Fonte: Dbo Rural

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