Maior parte dos Estados deverá imunizar os bovinos e bubalinos com até 24 meses
No próximo dia 1º de novembro a maior parte dos Estados brasileiros inicia a segunda etapa da campanha de vacinação contra a febre aftosa. Desta vez, serão imunizados animais com até 24 meses. Apenas Acre, Espírito Santo, Paraná e parte de Roraima (reservas indígenas Raposa Serra do Sol e São Marcos) vacinarão todo o rebanho (jovens e adultos).
Na etapa de maio foram vacinados 197,87 milhões de animais de um total previsto de 201,23 milhões de cabeças. A cobertura vacinal atingiu 98,33%. Atualmente, o rebanho brasileiro de bovinos e bubalinos é de 217.493.867. Os estados com maior número de animais são o Mato Grosso (30 milhões de cabeças), seguido de Minas Gerais (23,3 milhões). A cidade com maior rebanho é São Félix do Xingu, no Pará: 2,2 milhões de cabeças.
O diretor do Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Guilherme Marques, diz que “até novembro de 2019, com a retirada gradual da vacinação, o ganho direto do criador poderá ser revertido na melhoria do rebanho e da propriedade, com investimentos em insumos e tecnologia que irão trazer maior produtividade”. O Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (Pnefa 2017-2026), dividiu o país em cinco blocos de Estados para a retirada completa da vacinação no país.
O Brasil é considerado livre da aftosa com vacinação pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). O Estado de Santa Catarina, que não vacina o rebanho desde 2000, é reconhecido, desde 2007, como área livre da doença sem vacinação.
Conforme estimativas da Divisão de Febre Aftosa (Difa) do Mapa, em 2018 deverão ser utilizadas 337.713.800 doses de vacinas; em 2019, serão 308.235.501; em 2020, 269.395.197; em 2021, 155.118.834. Com a redução do uso da vacina, a partir de 2019, a economia será de R$ 44 milhões; em 2020, de R$ 102 milhões; em 2021, de R$ 274 milhões e, em 2022, de R$ 506 milhões, alcançando quase R$ 1 bilhão, sem contabilizar os gastos com o manejo envolvido na vacinação (mão de obra, cadeia de frio, transporte e outros).
Pnefa
O Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (Pnefa 2017-2026), dividiu o país em cinco blocos de Estados para a retirada completa da vacinação no país. Pelo cronograma, a suspensão da vacina será feita da seguinte forma: 2019/2: Bloco I – região amazônica: Acre, Rondônia e Paraná; alguns municípios do Amazonas e de Mato Grosso; 2020/2: Bloco II – região amazônica: Amazonas, Amapá, Pará e Roraima; 2020/2: Bloco III – região Nordeste: Alagoas, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte; 2021/2: Bloco IV – região central: Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Sergipe e Tocantins; 2021/2: Bloco V – região Centro-Sul: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Mesmo com o Brasil começando a retirar a vacinação, assim como outros países da América do Sul, está sendo criado o Banco de Vacinas e Antígenos (Banvaco). Sob a coordenação do Centro Pan Americano de Febre Aftosa (Panaftosa), o Banvaco terá estoques estratégicos de vacinas aos quais os países poderão recorrer em caso de eventuais emergências sanitárias.
Cuidados com a vacinação
- Compre vacinas somente em lojas registradas;
- Verifique se as vacinas estão na temperatura correta: entre 2° C e 8° C;
- Para transportá-las, use uma caixa térmica, coloque três partes de gelo para uma de vacina e lacre;
- Mantenha a vacina no gelo até o momento da aplicação;
- Escolha a hora mais fresca do dia e reúna o gado. Mas lembre-se: só vacine bovinos e búfalos;
- Durante a vacinação, mantenha a seringa e as vacinas na caixa térmica e use agulhas novas, adequadas e limpas. A higiene e a limpeza são fundamentais para um bom resultado;
- Agite o frasco antes de usar e aplique a dosagem certa em todos os animais: 5 ml. O lugar correto de aplicação é a tábua do pescoço, podendo ser no músculo ou embaixo da pele. Aplique com calma, para evitar a formação de caroço no local da vacina;
- Siga as recomendações de limpeza, utilize a agulha certa, desinfetada e trocada com frequência;
- Não se esqueça de preencher a declaração de vacinação e entregá-la no serviço veterinário oficial do seu Estado junto com a nota fiscal de compra das vacinas.
Confira o calendário de vacinação para novembro neste link.
Fonte: Mapa.
Foto: Francisco Alves/GCom/MT.