O reconhecimento pela Organização Mundial de Saúde Animal abre novos mercados para a pecuária brasileira, com impacto direto na economia do Paraná e de Maringá
Em uma conquista histórica para a pecuária nacional, o Brasil foi oficialmente reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) como país livre de febre aftosa sem vacinação. O anúncio foi feito em Paris, esta semana, após um processo rigoroso que envolveu a suspensão da vacinação em 16 estados e no Distrito Federal, incluindo o Paraná, por pelo menos 12 meses. Essa medida representa o fim de um ciclo de mais de 50 anos de imunização contra a doença.
A presidente da Sociedade Rural de Maringá (SRM), Maria Iraclézia de Araújo, comemorou o feito como um marco para o agronegócio brasileiro. “Este reconhecimento é fruto do trabalho árduo de produtores, técnicos e autoridades sanitárias. Ele eleva o Brasil a um patamar de excelência sanitária, abrindo portas para mercados exigentes e valorizando nossa carne no cenário internacional”, afirmou.
O Paraná, estado com forte presença no setor agropecuário, destaca-se neste contexto. O secretário de Agricultura e Abastecimento do Paraná, Márcio Nunes, enfatizou a importância da medida. “O reconhecimento internacional reforça a confiança na qualidade da nossa produção e amplia as oportunidades para os produtores paranaenses”, disse.
Com o novo status, o Brasil poderá acessar mercados como Japão e Coreia do Sul, que exigem a certificação de livre de febre aftosa sem vacinação. Além disso, a medida representa uma economia significativa, com a redução de custos diretos superiores a R$ 500 milhões com a aplicação da vacina em mais de 244 milhões de bovinos e bubalinos em cerca de 3,2 milhões de propriedades.
A última ocorrência de febre aftosa no país foi registrada em 2006. Desde então, esforços contínuos de erradicação e controle sanitário permitiram que estados como Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia e partes do Amazonas e Mato Grosso alcançassem o status de livre de febre aftosa sem vacinação.
Este avanço não apenas fortalece a posição do Brasil no comércio internacional de carne, mas também reflete o compromisso do país com a saúde pública e a segurança alimentar global.
Foto: site ABCZ ( Associação Brasileria de Criadores de Zebú)