Suco de laranja cresce no café da manhã do confinamento, diz Ibiapaba Netto.


Coisas incríveis ocorrem dentro daquilo que já foi definido por Daniel Kahneman, vencedor do Nobel de economia de 2002, quando disse o acaso e as incertezas tem muito mais a ver com a economia do que as previsibilidades. Então conversei com Ibiapaba Netto, diretor executivo da Citrus Br – Associação Nacional dos Exportadores de Suco Cítrico, que me explicava que o consumo do suco de laranja vinha caindo no mundo a uma base de 0,3%, 0,5% ao ano, mesmo com os esforços promocionais da entidade que chegou a investir cerca de 18 a 19 milhões de dólares nos últimos 3 anos em ações estimuladoras do consumo na Europa, que leva 70% do suco brasileiro, os Estados Unidos 20%, Japão 5% e a China com apenas 3%, onde provavelmente irá ocorrer o grande mercado novo e aumento do suco de laranja nos próximos anos.

Mas a grande curiosidade que Ibiapaba Netto me contou foi a explosão ocorrida com a pandemia do novo coronavírus. O impacto do consumo no ano saiu de menos 0,3% para um crescimento de 10%. Em março cresceu 40%, em abril aumento de 45% e vem aí o por que isso? Um dos motivos iniciais a ligação de vitamina C com o suco de laranja, porém as pesquisas revelaram mais do que isso. O confinamento trouxe de volta o tempo e a curtição do café da manhã. A cultura do café matinal não corrido, não saindo para o escritório, não com os produtos to go, com um copo de café na mão andando para o metrô.

Da mesma forma as pesquisas revelaram o crescimento de produtos como flocos de milho Kelloggs, conforme Ibiapaba continua na sua entrevista. “Quer dizer a típica refeição matinal, o café da manhã demorado, com ovo, flocos, frutas, e mais suco de laranja, explicam mais do que o fator vitamina C por si só essa explosão do consumo do suco de laranja, o que também pode ser visto em produtos similares como da Pepsico e da Coca Cola nos sucos de fruta”.

O Brasil exporta cerca de US$ 2,5 bilhões de suco de laranja, com ótima logística, ao contrário de outras cadeias. E na categoria frutas, a Cutrale exporta em torno de US$ 30 milhões de laranjas. O consumo per capita no Brasil de suco de laranja é baixo, 0,4 litros per capita, mas quando transformamos a laranja in natura em suco, atingimos cerca de 6 litros per capita de suco de laranja, um bom nível.

Então na crise, a citricultura brasileira está superando muito bem e com o dólar a R$ 5,70, neste instante, os agricultores estão com bons preços, pois o fator câmbio está favorável, sem esquecer todos os cuidados fitossanitários das lavouras incluindo o controle do greening. Sempre uma gestão fundamental na citricultura.

A Hora do Agronegócio, bom café da manhã, com mais suco de laranja.

 

José Luiz Tejon para Jovem Pan.

Foto: Ibiapaba Netto, diretor executivo da Citrus Br

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