Avaliação consta em análise de mercado divulgada hoje pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab)
As boas condições de mercado para as exportações brasileiras de soja podem representar um risco para o abastecimento do mercado interno, segundo análise de mercado divulgada hoje pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
“Mesmo com o comprometimento chinês de comprar mais 10 milhões de toneladas da oleaginosa norte-americana, a procura pelo produto brasileiro continua intensa”, ressalta, em nota, Leonardo Amazonas, analista da companhia. O compromisso chinês foi firmado em fevereiro deste ano em meio às negociações para uma trégua na guerra comercial entre os dois países.
Nos dois primeiros meses deste ano, o Brasil exportou 8,24 milhões de toneladas, das quais 7 milhões foram enviadas para o país asiático. O volume também representa um crescimento de quase 100% ante o observado em igual período do ano passado, quando foram exportadas 4,4 milhões de toneladas.
Por sua vez, as trocas comerciais de soja entre China e EUA somaram 8,36 milhões no começo no ano passado ante 31 milhões nos dois primeiros meses de 2017. “Com a trégua entre os dois países em dezembro do ano passado, a aquisição chinesa poderia voltar a crescer, porém, ainda que cheguem a um patamar de 20 milhões de toneladas em 2019, seria um quantitativo abaixo do normal”, reforça o analista da Conab.
De acordo com dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), neste ano a China deve importar 88 milhões de toneladas de soja. Confirmando-se que 20 milhões de toneladas do produto virão do mercado norte-americano, o país asiático ainda importaria 68 milhões de toneladas do Brasil e outros países.
Segundo avaliação de Amazonas, caso não haja um acordo no conflito entre os dois países, o Brasil poderá chegar a um valor de exportação para a China próximo a 59 milhões de toneladas. O consumo interno, por sua vez, é estimado em 44 milhões de toneladas com uma produção total de avaliada em 113,5 milhões de toneladas.
“Teremos um aumento na expectativa de exportações de carnes, principalmente para Rússia e China. Isto faz com que o consumo do farelo de soja também aumente em 2019”, destaca o analista da Conab.