Quando se tornar menos “comprado” e mais vendedor, BR terá maior fatia do comércio global de carnes do que a de 2019


As exportações crescerão 5% este ano, segundo USDA, com recuo de Austrália e Índia, sendo a China ainda dominando esta expansão. No entanto, o País precisa crescer em negociações e diplomacia comercial, com uma papel exportador mais formador de preços e até de tendências. Inclusive para acessar mercados importantes, que também devem comprar mais, como Japão e Estados Unidos

De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), as perspectivas é que o Brasil deve aumentar a participação no comercio global de carne bovina. “Eles estão prevendo que as exportações do nosso país devem aumentar em 5%, enquanto, outros importantes importadores como a Austrália e Índia devem ter a exportação retraída neste ano de 2019”, afirma a pesquisadora e pecuarista, Mariane Crespolini.

O principal comprador do Brasil de carne bovina in natura é a China, mas é preciso diversificar os parceiros. “Nós temos que diversificar e aproveitar esse mercado asiático que tem uma tendência de aumentar as importações em 10% para a China e 7% para Hong Kong”, comenta.

No ranking dos 10 maiores exportadores de carne bovina e bubalina em 2019, o destaque é a Argentina que deve crescer 15%. “O foco dos argentinos são os chineses que já compram quase 50% da produção dos argentinos”, salienta.

Já no caso dos dez maiores importadores, a demanda se concentra mais no continente asiático em que Hong Kong funciona como um entreposto comercial para o país chinês. Entretanto, os Estados Unidos é um grande exportador e também é país que mais importa carnes. “Por decisões das próprias lideranças americanas, eles exportam muito e para abastecer o mercado interno compram carne de outros países”, conta.

Ainda segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, o Egito deve aumentar em 10% as compras em que é um grande parceiro comercial para o Brasil. Para atender a demanda dos chineses, o governo incentivou os pecuaristas locais com melhoramento genético, mas a disponibilidade de área e as escalas de abate são muito pequenas.

Quando a pesquisadora esteve na china pode constatar que o pé de frango está muito presente na alimentação dos chineses. “Para eles o pé de frango e os órgãos são alimentos para toda a população que sofre com muita desigualdade social e a pobreza”, diz.

Outro fator que chama a atenção é a queda da importação da Rússia em 2019 devido às questões econômicas. “Essa queda não é só de carnes brasileiras, mas sim o quanto que eles devem comprar de carne de todo o mundo”, pontua.

Atualmente, o Brasil exporta apenas 20% do que é produzido no país. Já no caso da Austrália que é o terceiro maior destina 70% do total produzido para a exportação. “A participação da Austrália tende a se manter como o terceiro maior exportador, mas vão ter uma redução para este ano devido às condições climáticas”, relata.

Por: Giovanni Lorenzon e Andressa Simão
Fonte: Notícias Agrícolas

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