Especialista do Iapar fala sobre recuperação de pastagem na SRM


Pecuaristas e técnicos da região assistiram nesta quinta-feira à tarde (06), na Sociedade Rural de Maringá, palestra sobre a viabilidade econômica da adubação de pasto na pecuária de corte. O tema foi abordado pela doutora em zootecnia Simony Marta Lugão, pesquisadora do Iapar-Paranavaí. O evento foi organizado pelo Comitê de Pecuária Moderna da região, com a intenção de sensibilizar produtores a investir na melhoria dos pastos.

Conforme a pesquisadora, que desenvolveu pesquisa com doze anos de duração na região do arenito, a grande maioria das áreas de pastagem no Estado está degradada e isto “representa prejuízo para os produtores”.

“Quando o produtor mudar essa realidade, vai ver que a pecuária alcança a mesma rentabilidade da soja. E o importante é ter produtividade de carne. Não basta ter um pasto bonito, tem de fazer o animal consumir”, disse ela.

A especialista observou que o pasto gosta dos mesmos nutrientes da soja e a maneira de começar a fazer a correção é por uma boa análise de solo. “É preciso equilibrar os nutrientes necessários para cada área e a adubação tem correlação com a quantidade de animal que se pretende colocar no pasto. Não dá para ter alta ocupação com pouco adubo”, ensinou.

O indicado é de 200 a 300 quilos de nitrogênio por hectare/ano nas áreas de pastagens. “A quantidade vai depender da relação do preço de troca entre o adubo e o valor da arroba”, observou. Com essa adubação, é possível produzir de 30 a 40 arrobas por hectare em um período de 200 dias. Quantidade excelente se comparada à média atual do Estado, que é de 5 arrobas por hectare.

Conforme comprova a pesquisa, o lucro neste caso chega a 30% da receita. “Mas é preciso adubar e manejar corretamente a pastagem. Fazer tudo de maneira correta. Como o sistema é complexo, o produtor deve usar assistência técnica qualificada e continuada”, observou a pesquisadora, ao garantir que o investimento vale a pena.

Simony lembrou que áreas degradadas representam menor lucratividade e valor patrimonial e disse, ainda, que um bom pasto pode servir de forragem para outras culturas. “A integração lavoura e pastagem em sistema de rotação é uma ótima opção hoje em dia. Há aproveitamento de nutrientes no solo e isto ajuda a ambas as atividades”, explicou.

O técnico da Emater Antônio José Coelho também falou aos produtores. Afirmou que a pecuária no Paraná é uma atividade “no vermelho, que está sumindo e precisa se rejuvenescer”. “A pecuária tem de se agarrar à soja. O sistema integrado é o que tem dado mais resultados financeiros. Da forma que está hoje, a pecuária não responde mais. A terra perdeu toda a fertilidade, está depreciada e desvalorizada. Por isso, chamamos vocês aqui hoje e queremos ver esse cenário mudado no futuro”, concluiu.

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