Kosher: “Se há novas exigências, vamos cumprir” diz Abrafrigo


Desde junho do ano passado, uma nova regra de abate animal em Israel exige uso de box rotativo de imobilização de bovinos

A Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo)  afirmou hoje que a indústria brasileira cumprirá as mudanças estipuladas por Israel no abate kosher. “Se há alguma exigência nova em relação ao abate kosher, evidentemente vamos ter que nos adequar a elas”, observou o presidente da instituição, Péricles Salazar, em entrevista ao Portal DBO.

Desde junho do ano passado, uma nova regra de abate animal em Israel estabelecida pelo Serviço Veterinário e de Saúde Animal do Ministério da Agricultura de Israel, (IVSAH, na sigla em inglês), que exige o uso de um box rotativo de imobilização de bovinos, a implantação de novas normas de bem-estar animal e o cumprimento das Análises de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC).

A nova norma afetou especialmente as plantas de abate animal do Mercosul, que são grandes fornecedoras de carne bovina para Israel. O Uruguai é hoje o principal exportador do bloco, com 26,2% do mercado, seguido pela Argentina (22,5%), Paraguai (18,4%) e Brasil (16,41%).

Para a indústria brasileira, contudo, Salazar se disse estar mais preocupado com as tensões geradas com o mercado árabe após a visita do presidente Jair Bolsonaro a Israel do que com as alterações técnicas em si. “A questão diplomática é algo que preocupa mais porque é um mercado importante pra nós e precisa o governo ter sensibilidade de que nós não podemos prescindir desses mercados árabes”, afirmou Salazar.

Segundo Salazar, o setor tem negociado com o governo a melhor forma para evitar que a nova orientação diplomática do país comprometa o comércio internacional, sobretudo o setor de carnes. O presidente da Abrafrigo defende, ainda, que o Brasil mantenha relações comerciais tanto com Israel quanto com os países Árabes.

“É possível. Israel também é um mercado importante para nós – todo mercado é importante – mas no caso israelense é importante porque também temos empresas aqui no país que já trabalham com fornecimento de carne kosher e o nosso objetivo é abrir mercados”, destacou Salazar.

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